Mérito, Capitalismo e Riqueza

POR José Arnaldo Fiuza Lima*

 

 

A grande mentira propagada pela elite e pelos meios de comunicação é a ideia deturpada de que um sistema econômico, que tem como pilastra o objetivo individualista do lucro, vai propiciar, com o aumento da riqueza, a sua distribuição para toda a sociedade, consequência já faticamente demonstrada como inexequível, conforme estudos da Oxfam britânica, que constatou que 1% da população mais abastada possui, de riqueza, o mesmo que 99% do contingente populacional mundial. 

Diante de tal realidade é que se impõe a necessidade de um Estado Social regulador que imponha certos limites à tão decantada liberdade de mercado, difusora de pobreza e concentradora de riqueza nas mãos de poucos.

Que não se atrele, como muitos defensores do neoliberalismo gostam de fazer, a meritocracia e o capitalismo, querendo com isto demonstrar que só neste sistema econômico, uma pessoa pode galgar ascendência econômica e social, pois nada tem de mérito alguém nascer pobre ou rico, mas isto, em regra, neste modelo, vai ser delimitador da vida desta pessoa no decorrer de toda sua existência. 

O mérito reside quando a disputa pelo objetivo se dá a partir de um mesmo ponto de partida entre as pessoas das diversas classes da estratificação social. Isto inexiste na concorrência entre ricos e pobres.

Também não podemos afirmar que inocorram casos excepcionais de ascensão social no capitalismo predatório. Claro que existem pessoas originalmente pobres que conseguem, por méritos e qualidades próprios, ultrapassar as barreiras da penúria e ascender financeira e socialmente. Mas a exceção não afasta a injustiça do sistema, ao contrário a confirma, pois se presta como espelho da dantesca realidade disseminada pelos quatro rincões do mundo.

O Estado mínimo e o neoliberalismo são os vértices da base do sistema triangular do capitalismo predatório, onde no vértice topo deste polígono se encontra o resultado deste sistema: a riqueza concentrada em 1% (um por cento) da população mundial. 

Diante das iniquidades do sistema capitalista, mais do que nunca urge necessária a intervenção de um Estado Social.

*José Arnaldo Fiuza Lima é Auditor Fiscal do Estado/RN

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