No Seridó, o oculto a Sant´Ana é prestado desde 26 de julho de 1748, data em que a Igreja e o povo do Seridó começaram a celebrar os louvores de sua padroeira, apresentando-lhe suas preces. Caicó pertenceu durante muito tempo à freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó (PB).
Esta dependência vigorou até abril de 1748, quando o Bispo de Pernambuco D. Luiz de Santa Tereza ordenou que o Visitador Manoel Machado Freire criasse a Freguesia de Nossa Senhora de Sant´Ana. No ano de 1748 foi criada a freguesia da Gloriosa Santa´Ana do Seridó.
No dia 26 de julho do mesmo ano, dia de Santa´Ana, foi erguido um Cruzeiro pelo padre Francisco Alves Maia, iniciando-se a construção da atual Catedral de Sant´Ana. Como Padroeira dos Sertões potiguar e paraibano, Sant´Ana tem inspirado grande fé no povo, a ponto de ser considerada pelos seus devotos seu elo entre Deus e a salvação.
O fato é que a festa possui um grande simbolismo para a população de Caicó, uma vez que, segundo a lenda, a fundação da cidade se deve a uma promessa a Sant’Ana que fez com que um sertanejo encontrasse uma fonte de água durante uma forte seca, que até os dias de hoje, nunca secou, onde se encontra hoje o Poço de Santana. Diante disso, o sertanejo conseguiu salvar a vida de sua família e todo o seu rebanho de gado. Outro causa para a grande devoção da população caicoense é o fato de Sant’Ana ser a avó de Jesus, figura de grande importância nas famílias seridoenses.
A Festa de Santana (ou Sant’Ana) trata-se da festa da padroeira da cidade de Caicó, no interior do estado brasileiro do Rio Grande do Norte. É realizada há mais de 260 anos, dura onze dias e tem o seu encerramento sempre no domingo imediatamente posterior ao dia de Sant’Ana (26 de julho), onde reúne diversos rituais religiosos, profanos e outras manifestações típicas da região do Seridó Potiguar. Sua origem remonta o período da colonização portuguesa.
A Festa de Santana de Caicó é considerado o maior evento sócio-religioso do estado, e é a primeira manifestação do estado a entrar para a lista de “Patrimônio Imaterial do Brasil”, vinculado ao IPHAN, órgão do Ministério da Cultura.
A Festa de Sant’Ana é uma típica quermesse, porém na cidade de Caicó, os festejos tomaram uma dimensão maior, atraindo grande número de turistas; seja devido a grande quantidade de eventos paralelos, ou pela coincidência da festa se realizar na temporada de férias escolares.
Apesar de seu caráter eminentemente religioso, a Festa de Sant’Ana aglutina elementos diversos da cultura sertaneja, incluindo a indumentária, a culinária, o artesanato, e as mais diversas formas de expressão. Além de ainda reforçar a existência de lugares sagrados, como o mítico Poço de Sant’Ana.
A festa torna-se relevante do ponto de vista cultural, histórico e social, pois é um dos principais veículos da memória e da identidade coletiva, em especial os relacionados com as expressões ligadas a fé católica.