Mudanças sociais não são feitas apenas com entusiasmos. São feitas, sobretudo com convicções arraigadas, capazes de tornar os e as militantes imunes às três principais tentações na luta política: poder, dinheiro e sexo. Frei Betto* Há quem se mova, se desinstale e se mobilize em função de causas políticas. Nos últimos tempos, estudantes ocuparam escolas e, agora, manifestantes gritam nas ruas FORA TEMER! Ora, entusiasmo é bom na ação política, mas não forma militantes. Passado o embalo, tudo volta como antes no quartel de Abrantes. O que forma militantes revolucionários para toda a vida é a articulação entre prática e teoria. A prática se dá em movimentos sociais, sindicatos, partidos ou mesmo instâncias pastorais, como Comunidades Eclesiais de Base. A formação teórica exige ferramentas adequadas para se compreender a realidade e saber como transformá-la. Nos anos da ditadura se investiu nessa dupla face da moeda: prática e teoria. Movimentos sociais se multiplicavam pelo país, e equipes de educação popular, que cuidavam da parte teórica, se proliferaram Brasil afora. O movimento sindical e o PT chegaram a dirigir, em Cajamar (SP), uma escola-hotel para a qual afluíam militantes de todos os estados. Hoje, o MST mantém, em Guararema (SP), a Escola […]