POR Revista Fórum, 10/10/2018
Um estado teocrático militarizado é um imenso perigo. E quando Bolsonaro mistura versículos bíblicos com gestos metralhando adversários é isso o que ele aponta para o futuro.
Um mestre de capoeira assassinado com doze facadas nas costas em Salvador, um jovem de camisa vermelha sendo agredido de forma violenta em Teresina, o espancamento na noite de ontem de um estudante da UFPR, a perseguição a jornalistas que manifestam opiniões contrárias ao que Bolsonaro pensa, destruição de templos de umbandas e de candomblé e os ataques a Roger Walters.
Isso tudo somado está colocando o Brasil no rumo do Afeganistão caso Bolsonaro venha a ser eleito. Um lugar dominado por um tipo de talibanismo, onde mulheres de minissaias serão apedrejadas, casais homoafetivos agredidos, professores de histórias serão retirados à força da sala de aula ao falar de nazismo, fascismo ou da época ditadura e em que adversários políticos serão assassinados.
As ameaças a jornalistas e pessoas da cultura já estão ocorrendo, mas podem se tornar maiores. Exposições ou peças teatrais já estão sendo proibidas, mas isso ao invés de uma exceção pode vir a se tornar uma regra.
O bolsonarismo é o talibanismo tupiniquim e se você tem dúvida disso deve pesquisar no Google o que era o Afeganistão antes de este grupo ter assumido o controle do Estado. Cabul não era um protetorado religioso. Não era um país destruído pelo ódio.
O talibã surge como um movimento político e militar apoiado pelos EUA e a Arábia Saudita para derrotar o comunismo no país. E tirá-lo da influência da Rússia.
A CIA armou os talibãs, assim como há suspeita que esteja armando ciberneticamente Bolsonaro.
E por isso quando assumiu o poder em 1996, uma das primeiras ações do Talibã foi assassinar o ex-presidente do país, Mahammad Najubullah, e o seu irmão que eram do partido comunista.