Sindicato forte contribui para melhorar a qualidade de vida da sociedade

Repblico magéria do site da CUT, 23/03

Em visita a CUT, presidente da UAW diz que campanha para aumentar a taxa de sindicalização nos EUA é similar a da CUT por liberdade e autonomia sindical
Escrito por: Marize Muniz

Um grupo de sindicalistas norte-americanos esteve nesta sexta-feira (23) na sede da CUT, em São Paulo, para discutir estratégias de atuação conjunta para melhorar os índices de sindicalização de trabalhadores e, com isso, fortalecer a ação sindical e também melhorar as condições de vida da população tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

“Uma sociedade melhor também se constrói com uma boa taxa de sindicalização”, afirmou Bob King, presidente da UAW (International Union United Automobile, Aerospace and Agricultural Implement Workers of America). Segundo ele, as taxas de sindicalização nos EUA caíram de 35% para 7% nos últimos anos, em função das estratégias agressivas das empresas que querem acabar com a organização sindical. O problema, afirmou o dirigente, é que isso contribuiu para piorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Os salários e os gastos públicos com infraestrutura foram reduzidos e houve piora no nível da educação, dentre outros.

“Quando o poder dos trabalhadores é minado, tudo aquilo que melhora a vida da sociedade é prejudicado”, disse King. “É por isso”, completou, “que estamos lutando para retomar os bons índices de sindicalização que tivemos no passado”.

E a conversa com a direção CUTista foi justamente para trocar ideias de como ampliar esta ação sindical de forma maciça, não violenta mas como muitos aliados, não só para o Brasil como para o mundo. Para King é preciso envolver o consumidor, fazer ações para que eles não comprem produtos de empresas que não respeitam os direitos dos trabalhadores, que impedem a organização sindical.

O coordenador Internacional de Direitos dos Trabalhadores da AFLCIO, Brian Finnegan, disse que a ação da UAW tem muito a ver com a campanha que a CUT lançou hoje por liberdade e autonomia sindicais – a CUT lançou a primeira ação da campanha que é um Plebiscito Nacional, a ser realizado entre os dias 26 de março e 30 de abril, para saber a opinião do trabalhador sobre o Imposto Sindical.

“A luta é por liberdade de associação”.

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que, no Brasil, a luta pra melhorar e fortalecer a luta por direitos dos trabalhadores ainda não é uma estratégia articulada com as organizações de direitos dos consumidores, apesar do país ter uma legislação atual sobre direitos do consumidor. Mesmo assim, ele acredita que é possível pensar numa estratégica com o foco em uma empresa, se for do setor automobilístico, por exemplo, a ação pode ser em uma revenda.

Quanto às semelhanças da ação dos sindicalistas norte-americanos com a campanha da CUT por liberdade e autonomia sindicais, Artur falou que depois do Plebiscito, a CUT vai fazer uma coleta de assinaturas sobre a Convenção 87 da OIT para saber como os trabalhadores querem se organizar e como querem pagar para financiar sua entidade sindical.

“A CUT quer unidade fruto da decisão dos trabalhadores, construída por eles. Infelizmente, só a CUT defende essa mudança. Portanto, não será uma tarefa fácil”.

Artur disse que é importante aprofundar essa parceria entre a CUT e UAW porque juntas as duas entidades têm um campo muito rico para trocar experiências, incentivando a organização no local de trabalho, liberdade e autonomia sindicais tanto aqui quanto nos EUA.

O secretário de Relações Internacional da CUT, João Felício, também considerou essa troca de experiências muito estratégica e disse que vamos, sim, trabalhar juntos para aumentar os índices de sindicalização. Segundo ele, a sobrevivência do movimento sindical é tão importante quanto fazer campanha salarial. Neste sentido, disse ele, “é importante as centrais sindicais internacionais colocarem esse ponto na pauta”.

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