POR Terapia Política, 20/12/2020 Por Marcio Pochmann A virada do Brasil para o século 21 trouxe consigo uma mudança profunda na trajetória da distribuição geográfica da produção nacional. Nos últimos 40 anos assistiu-se, guardadas as devidas proporções, a algo somente comparável ao que estava em curso no final do século 19, quando o modo de produção capitalista se tornou dominante e desmontou a antiga composição geográfica da renda nacional herdada do período imperial (1822-1889). Entre 1872 e 1900, a geografia do poder econômico se alterou significativamente. Em menos de três décadas, o estado de São Paulo multiplicou sua participação relativa na renda nacional em 6,7 vezes, passando de 3,2% para 21,5%, ao passo que os estados de Pernambuco e Bahia somados, caíram 43%, tendo suas posições relativas caído de 20,3% para 11,6%. Naquela época, a integração do Brasil na divisão capitalista internacional do trabalho como exportador de café levou ao fortalecimento da região Sudeste, especialmente os estados produtores (São Paulo e Rio de Janeiro). Em compensação, veio acompanhada da decadência dos estados da região Nordeste, particularmente Pernambuco e Bahia. De acordo com as informações mais recentes do IBGE, identifica-se a formação de três grupos de estados com dinâmicas distintas. No primeiro […]