Professores esperam valorizam

PROFESSORES PRECISAM SER VALORIZADOS, MOSTRA PESQUISA

Para 41% dos entrevistados pelo Ibope, os próximos governantes precisam melhorar o salários dos professores

Priscilla Borges, iG Brasília | 09/06/2010 21:00

Os professores precisam ser valorizados, segundo pesquisa Ibope Inteligência, Campanha Todos pela Educação e Fundação SM divulgada nesta quarta-feira. O estudo foi realizado entre os dias 13 e 18 de maio com 2.002 eleitores com mais de 16 anos de todas as regiões do País.

Para 41% dos entrevistados, os próximos governantes precisam melhorar o salários dos professores. É a principal medida apontada pelos eleitores para o futuro. Na sequência, eles querem equipar melhor as escolas já existentes (29%), criar escolas profissionalizantes (28%), melhorar a segurança nas instituições (28%), construir mais salas de aula (26%) e melhorar a capacitação dos professores, oferecendo formação melhor (26%).

A importância do magistério para os brasileiros é evidenciada também pela avaliação feita dos pontos fortes e fracos da educação nacional. A qualificação dos docentes aparece em terceiro lugar na lista dos aspectos positivos, com 21% das indicações. Por outro lado, o mesmo item foi citado como ponto fraco por 24% das pessoas, em segundo lugar dos negativos. Cada um podia citar até três aspectos.

O salário dos professores é considerado por 46% dos entrevistados como o ponto mais fraco da educação brasileira, junto com a segurança nas escolas (46%). Esses dois problemas foram apontados como principais em todas as regiões e por eleitores de todas as classes sociais. O número de docentes do País também é citado como negativo por 22% dos participantes.

Os pontos mais fortes apontados pela amostra são a merenda (29%), seguida do número de escolas e vagas (25%) e do material didático (25%).

Governo Lula

A pesquisa Ibope mediu o grau de satisfação dos entrevistados com educação durante o governo Lula. A Educação Básica aparece abaixo da média, com 2.8 de grau de satisfação numa escala de 1 a 5, atrás de áreas como política externa (3.4) , economia (3.1), infraestrutura (3.0), educação superior (2.9) e meio ambiente (2.9). A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Entre os entrevistados que têm filhos em escolas públicas (77%), a avaliação segue o mesmo índice. Eles atribuem 3.0 para ensino superior e 2.9 para educação básica. A região Sudeste é a que apresentou as piores médias: 2.6 para ensino superior e 2.5 para educação básica.

Avaliação da educação básica pública no Brasil

Ibope

A percepção em relação à educação pública no País apresentou melhora, quando comparada à avaliação de 2006. O percentual de entrevistados que a consideram ótima passou de 25% para 34%. A parcela dos que a consideram ruim/péssima diminuiu de 28% para 21% e manteve-se praticamente constante o total dos que a consideram regular (de 45% para 44%).

A região Sul é a que melhor avalia a educação básica brasileira, com 50% de ótima, enquanto a região Sudeste é a que pior avalia com 28% para ruim/péssima.

Em relação à qualidade da Educação Básica pública no País, 51% dos entrevistados apontam que esta área está melhorando, porém, em ritmo lento. Na região Norte/Centro Oeste esta parcela é de 70%.

Metas

Um dos objetivos da pesquisa era conhecer o perfil dos eleitores brasileiros e saber quais as expectativas deles em relação à educação básica, ressalta a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz. “Nosso trabalho é influenciar nas decisões políticas e propor soluções para a educação. Para isso, é fundamental conhecermos as expectativas da sociedade”, diz.

A Campanha Todos pela Educação pediu que os entrevistados avaliassem as cinco metas definidas para melhorar a educação do País até 2022: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com o ensino médio concluído até os 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido.

A pesquisa pediu aos participantes que avaliassem o grau de dificuldade que percebiam no alcance das metas. A maioria considerou que todas as metas são igualmente possíveis de serem atingidas até 2022. Em uma escala de 1 a 5, as médias ficaram entre 3.2 e 3.4. A mais importante para a maioria (34%) é a primeira: toda criança e jovem entre 4 e 17 anos na escola. Na sequência, empatam a alfabetização até 8 anos e a ampliação dos investimentos.

Em relação à qualidade da Educação Básica pública no País, 51% dos entrevistados apontam que esta área está melhorando, porém, em ritmo lento. Na região Norte/Centro Oeste esta parcela é de 70%.

Qualidade da educação básica depende do Estado, aponta Ibope

Pesquisa mostra que eleitores consideram governos responsáveis pelo ensino e colocam área entre prioridades para eleições 2010

Priscilla Borges, iG Brasília | 09/06/2010 22:00

Para a maioria dos eleitores brasileiros, o poder público é o grande responsável pela qualidade da educação brasileira. É o que revela pesquisa realizada entre 13 e 18 de maio pelo Ibope Inteligência, Campanha Todos pela Educação e Fundação SM com 2 mil eleitores com mais de 16 anos em todo o País.

Os resultados mostram que, para apenas 10% dos eleitores, os professores – muitas vezes apontados como responsáveis pelo fracasso ou sucesso do ensino – são os mais determinantes para a qualidade da educação. Em 2006, quando a mesma pesquisa foi feita, 27% dos entrevistados consideravam os docentes tão responsáveis pelo sucesso do ensino quanto o governo federal (também com 27% das afirmações). Os professores só perdiam para o Ministério da Educação, avaliado por 29% da amostra como o principal ator nesse processo. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

De acordo com os pesquisadores, a população deixa claro que o papel de assegurar educação básica de qualidade aos brasileiros é do Estado. “É um dado que chama a atenção porque mostra um amadurecimento da sociedade ao reconhecer que existem responsáveis pela qualidade da educação e eles são os gestores que a gente elege”, ressalta a diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

Cada eleitor podia citar os três órgãos que consideravam mais determinantes para a educação brasileira. A maioria dos entrevistados (55%) afirmou que o governo federal é o órgão que mais pode contribuir. O Ministério da Educação foi citado por 39% dos entrevistados.

A importância das outras instâncias de governo para garantir bom ensino público às crianças também aumentou. Em 2006, 23% dos eleitores citaram as prefeituras como grandes responsáveis por isso. Agora, o índice subiu para 42%. Os governos estaduais, que foram citados em 2006 por apenas 16% dos entrevistados, foram indicados por 33% da amostra. As secretarias municipais e estaduais aparecem em 25% e 18% das respostas, respectivamente.

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