Engana-se quem pensar que estamos diante de um fenômeno 'novo' em nossa história: o que não falta em nossa história são golpes como o de agora. Flavio Aguiar, de Berlim. Aroeira O golpe em curso no Brasil, e que nesta quarta-feira vai atingir um novo momento de clímax com a votação do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, consagrou aqui na Alemanha o nome “kalter Putsch” – "golpe frio” – como sua certidão de batismo. Criada, ao que parece, pela revista Der Spiegel, a expressão se espalhou por toda a imprensa alemã. Na nossa tradição o nome consagrado para este tipo de golpe que está sendo dado é “golpe branco”, por oposição a “golpe militar”. Tradição? Sim, porque engana-se quem pensar que estamos diante de um fenômeno “novo” em nossa história. Nela abundam “golpes brancos”. Bem, os há de todas as tonalidades, do cinzento ao marrom, por exemplo. “Marrom”? É, “marrom”, porque quase todos os golpes no Brasil, de 1954 para cá, contaram com a participação ativa e conspirativa de nossa “imprensa, hoje mídia, marrom”, impropriamente chamada de “grande imprensa”, como nas campanhas sujas contra Getulio em 1954 e contra Goulart em 63/64. E agora, mais uma vez, neste golpe de […]